×
pesquisar
SuaEscolha.com
Um lugar seguro para explorar
 assuntos sobre a vida e Deus.
Relacionamentos

Sacie sua verdadeira sede

Pode o álcool ser um substituto para relacionamentos íntimos e satisfatórios com os outros?

WhatsApp Share Facebook Share Twitter Share Share by Email More PDF

(por Judy Clark)

Era verão no Colorado (EUA), um amigo e eu encontramos alguns rapazes que vieram do estado do Novo México. Eles tinham abandonado a escola e saíram por aí dançando e segurando uma caneca para coletar dinheiro. À primeira vista, você pode pensar que estavam desperdiçando suas vidas. Mas depois que eu passei alguns dias com Gabriel, Sean, Matt e Peter, percebi que eles estavam experimentando algo que a maioria das pessoas anseia.

Esses caras tinham pouco dinheiro, roupas sujas e amarrotadas, não tinham abrigo e mal tinham comida suficiente para sobreviver. Meu amigo e eu os convidamos para jantar. Sentamos num restaurante e assistimos os quatro devorarem os hambúrgueres, burritos e milkshakes, e ouvimos suas histórias. Eu percebi que eles eram uma comunidade.

Eles cuidavam uns dos outros. Se um ganhava alguma coisa, compartilhava. Um dos caras comeu apenas metade da sua comida porque queria dar o resto para um companheiro que não estava lá conosco. Eles falaram sobre como “guardavam as costas uns dos outros”. Agiam como se fossem pais. Eles realmente se amavam. Falaram de como sentiam medo, da saudade de suas mães, do sentimento de abandono, da fome. Estavam vivendo de uma maneira que eu nunca escolheria — mas tinham alguma coisa que muitas pessoas limpas, educadas e “aceitáveis” não têm.

Eles tinham uns aos outros. Eles tinham relacionamentos verdadeiros. Eles estavam conectados.

Por Que As Pessoas Bebem?

É isso o que queremos. Queremos uma vida real. Não queremos ser como o ramster que corre atrás da própria calda e fica girando naquela roda o dia todo — sozinho e sem nunca chegar a lugar nenhum. Queremos nos relacionar. Queremos nos conectar. Queremos ser parte de uma comunidade onde as pessoas cuidam umas das outras.

Minha amiga Rebeca se formou recentemente na Universidade Vanderbilt. Assim que encarou o “mundo real”, ela me disse: “Eu simplesmente quero ser uma “Amish” (seguidora de uma seita americana cujos membros vivem em comunidade e prezam por uma vida simples). Eles têm vizinhos e famílias. Um ajuda a construir o celeiro do outro. Quando alguém está em perigo, eles vêm em socorro. A vida é simples e devagar, e se pode suportar qualquer coisa que venha pela frente porque você não está sozinho. Parece bom, não é?

Acho que estamos famintos por relacionamentos que durem, cheios de confiança e divertidos. Alguns de nós cresceram em lares onde nossos pais trabalhavam até tarde no escritório para ganhar outra promoção para poder comprar um carro do ano ou um celular mais moderno. As mães tinham diplomas universitários e as famílias queriam um adicional no orçamento, então as mães trabalhavam. Nossos pais viviam debaixo do mesmo teto, mas era só isso. Outros cresceram em lares onde a questão era mesmo a sobrevivência e isso levava nossos pais a terem que trabalhar muito para poder manter a família toda.

Relacionamentos desmoronaram e a taxa de divórcio subiu nas alturas.

Sejam as reprises de “Clube dos Cinco”, “Friends”, “Seinfield”, “Louco por você” ou “Cheers”, nós adoramos assistir pessoas que parecem estar conectadas com outras. E queremos isso desesperadamente para nós mesmos. Queremos e precisamos de bons relacionamentos, mas sejamos francos, eles são dolorosos e arriscados.

Então o que fazemos? Quem pode me fazer sentir bem? Para quem eu posso correr? Quem pode me ajudar a escapar de um mundo de desconectados — mesmo que só por alguns instantes?

Uso Abusivo De Álcool Na Universidade

Se você é como muitos estudantes universitários, você fica enroscado numa garrafa de bebida alcoólica ou acariciando uma latinha de cerveja. A embriaguez faz você se sentir bem e relaxado. É acessível e vai sempre estar lá quando precisar. Não se importa com a sua aparência. Faz você ficar engraçado, atraente e aceitável.

Esse relacionamento funciona por um pouco de tempo, mas daí você acorda. Só dura por uma noite. Não é um relacionamento. As pessoas são difíceis de se envolver, mas é tão fácil se envolver com uma garrafa. E fica ainda mais fácil superar o desconforto que às vezes acontece quando nos envolvemos com outras pessoas.

Provavelmente não é surpresa nenhuma pra você que nós procuramos por amor nos lugares errados. O autor e psicólogo Dr. Henry Cloud escreve: “Todos nós precisamos de amor nos primeiros anos de nossas vidas. Se não recebemos esse amor, vamos desejá-lo pelo resto de nossas vidas. Essa fome de amor é tão poderosa que quando não nos satisfazemos nos relacionamentos com outras pessoas, procuramos em outros lugares, como na comida, no trabalho, na atividade sexual, ou gastando dinheiro… bebendo muito, ou trabalhando demais.”1

Shelly, uma estudante da Universidade do Alabama, disse: “Posso passar a noite toda no bar com meus amigos quando estamos bêbados, mas quando os vejo no dia seguinte no campus, não temos nada para dizer uns aos outros”. Shelly tem relacionamentos, mas os descreve da melhor maneira como sendo superficiais. A real necessidade que ela tem de se conectar com pessoas não está sendo suprida.

Ben, por outro lado, sai para beber com seus amigos e o álcool o deixa mais desembaraçado para conversar com seus amigos sobre coisas que são realmente significativas para eles. A amizade deles parece se aprofundar. Mas Ben diz: “Eu preciso aprender a ser verdadeiro sem ter o álcool como apoio”.

Dr. Cloud diz mais: “As pessoas são geralmente viciadas a algum tipo de substância, como álcool, cocaína, velocidade, trabalho, apostas, relacionamentos destrutivos, religiosidade, conquistas e materialismo. Essas substâncias e atividades nunca satisfazem, porque elas não lidam com o verdadeiro problema. Nós realmente não precisamos do álcool, das drogas de rua ou do sexo. Podemos viver muito bem sem nenhuma dessas coisas. Porém, nós realmente precisamos dos relacionamentos, e não podemos viver muito bem sem eles.”2

Quando pergunto aos estudantes porque eles bebem, a maioria responde: “É divertido”. Superficialmente, esta é uma resposta aceitável. Mas além da diversão, você já parou pra pensar por que realmente bebe? Talvez seja uma fuga temporária do estresse, da incerteza do futuro ou da pressão em situações sociais.

Um Apoio Desnecessário

Quando se têm bons relacionamentos, não é preciso buscar segurança em nenhuma outra coisa, seja álcool, sexo ou comida. Quando se têm bons relacionamentos, algumas das necessidades mais profundas estão sendo supridas.

Dr. Cloud continua: “Estar conectado é uma das idéias mais básicas e fundamentais na vida e no universo. É uma necessidade humana básica. Deus nos criou com uma fome por relacionamento — por relacionamento com ele e com pessoas companheiras. Bem lá no fundo nós somos seres relacionáveis. Sem um relacionamento seguro, sólido, a alma humana estará na mira de problemas emocionais e psicológicos. A alma não pode prosperar sem estar conectada com outras.”3

“Quando se têm bons relacionamentos, não é preciso buscar segurança em nenhuma outra coisa, seja álcool, sexo ou comida.”

Como aprendemos a ter relacionamentos seguros? Isso dá outro artigo ou livro. Comece sendo sincero com você mesmo. A razão de você beber, comer muito, ou muito pouco, ou abusar do sexo, ou ser perfeccionista poderia ser porque você precisa muito de relacionamentos.

Se for, existe uma grande quantidade de livros que falam sobre como construir relacionamentos com pessoas (incluindo os do Dr. Henry Cloud). Mas existe um relacionamento chave que oferece uma fundação genuína para relacionamentos saudáveis com pessoas. Dr. Cloud fala da nossa necessidade de estar conectado de uma maneira significante com as pessoas e com Deus. O filósofo e físico francês Blaise Pascal diz que dentro do coração de cada homem existe um vazio da forma de Deus que não pode ser preenchido por coisas criadas.

Será que podemos ter um relacionamento com o Deus que nos criou? Podemos nos conectar com Deus? Não estou falando sobre um Deus que lhe dá uma lista do que você pode e do que não pode fazer. Ou um super policial nos céus pronto pra prende-lo pela menor infração. Estou falando sobre um relacionamento com Deus que é baseado no amor, na verdade, na liberdade e na paz interior.

O Melhor Remédio para A Bebedeira

Deus o criou para que você o conheça. Lá no fundo do seu ser você sabe disso. Mas todos nós temos espíritos rebeldes que dizem pra Deus: “Ei, você faz o seu caminho, eu faço o meu. Não me incomode a não ser que eu precise de você”. Alguns de nós já disse isso. Outros simplesmente pensam, se pudermos ignorar toda essa “coisa de Deus”, isso passa. Ou ainda dizemos que queremos ter um relacionamento com Deus, mas queremos nos chegar a ele do nosso jeito — tentando conquistar nosso caminho. A verdade é que nenhum de nós pode conquistar ou merecer um relacionamento com um Deus perfeito.

Beber e comer demais por si só já traz conseqüências, o mesmo acontece quando se ignora ou se rebela contra Deus. Você pode nem notar as conseqüências mas eventualmente elas o alcançarão. Deus diz que a conseqüência é a separação eterna dele. Se você está na universidade agora, espero que esteja se divertindo, preparando o seu futuro. É difícil pensar na eternidade…Mas nunca se sabe. Meu amigo Steve, um rapaz de 20 anos de idade, pode não estar vivo no momento em que você ler isso. Ele está morrendo porque foi infectado pelo HIV por sangue contaminado. Ele não tem escolha a não ser lidar com a eternidade agora.

Deus providenciou uma maneira para nós o conhecermos aqui na terra e para sempre. Ele fez isso enviando Jesus aqui na terra, para passar pelo que você passa, e viver uma vida perfeita. Mas isso não é tudo. Nós merecemos punição pelos nossos pecados, mas Jesus se dipôs a sacrificar a si mesmo na cruz pelo nosso bem. Tudo o que temos que fazer é colocar a nossa confiança no fato de que Jesus pagou o preço por todo as coisas erradas nas nossas vidas que nos separa de um Deus perfeito. Você pode aceitar isso e colocar a sua fé nele ou pode escolher rejeitá-lo. A decisão é sua.

Quando eu orei a Deus, falei pra ele que eu queria conhecê-lo e colocar a minha confiança na morte de Jesus por mim. Eu comecei um relacionamento com ele. Estava agora conectado com o Deus do universo. Quando nosso relacionamento é íntimo, minha vida é diferente. Não preciso ficar por aí procurando por coisas pra me satisfazer — seja dinheiro, bebida, ou busca por sucesso. Quando mando ele embora, fico vagando por aí tentando achar aquele ingrediente perdido.

Não sei pelo que você está passando. Não sei como os sintomas se manifestam na sua vida. Talvez seja beber demais, sexo ou drogas. Ou ser compulsivo por exercícios físicos. Ou se matar de estudar pra tirar notas “A”, pra que você possa se sentir bem com você mesmo. Todas essas coisas são substitutos para a nossa genuína necessidade de estarmos conectados com outras pessoas e com Deus. Todos temos esse vazio dentro de nós que só pode ser preenchido por um relacionamento com Deus. Talvez você gostaria de começar um relacionamento com Deus agora mesmo. Tudo o que você tem a fazer é falar isso pra ele. Ele conhece os desejos do seu coração e está muito mais interessado neles do que nas suas palavras. Você pode querer falar isso pra ele assim:

“Deus, eu quero te conhecer. Eu quero estar conectado a você. Tentei outras coisas para preencher a necessidade que tenho por você, mas não funcionaram. Me perdoe porque eu não vim até você primeiro. Obrigado por me amar e por querer que eu te conheça. Eu aceito que você fez esse relacionamento possível através da morte de Jesus. Eu confio em você. Amém.”

Você vai descobrir que um relacionamento com Deus preenche e satisfaz. Quando você está conectado com Deus, tem a fundação para construir relacionamentos significantes e duradouros. Sacie a sua verdadeira sede.

 Como começar um relacionamento com Deus
 Tenho uma pergunta…

Notas de Rodapé: (1) Dr. Henry Cloud e Dr. John Townsend, Boundaries (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1992), 220. (2) Dr. Henry Cloud, Changes that Heal (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1992), 64. (3) Ibid., 47.


COMPARTILHE ESTA PÁGINA:
WhatsApp Share Facebook Share Twitter Share Share by Email More